A Vida na Terra: Mais a Respeito do Vencimento do Pecado
O nosso propósito aqui na terra é continuar a lutar para tornarmos-nos mais como nosso Pai. Espiritualmente imaturos como sempre e agora sem ter o benefício de estar na presença imediata de Deus, todos nós aqui na terra somos pecadores, e com cada pecado a distância entre nós e Deus aumenta mais. Pecado–agir de maneira que se sabe ser contra a vontade de Deus–nos faz infelizes nesta vida e nos desqualifica para ficar na presença de Deus na vida vindoura.
Felizmente, Cristo cumpriu a promessa que fez na existência pré-mortal. Veio a terra e viveu uma vida perfeita, providenciando para nós um exemplo perfeito para seguir. No fim de Sua vida, num jardim chamado Getsémani e na cruz de Calvário, Cristo tomou sobre si os nossos pecados, pagando através de Seu sofrimento o preço que nunca poderíamos pagar, fazendo possível o perdão se arrependermos-nos e obedecermos a Sua vontade. Assim o pecado pode ser superado quando homens e mulheres primeiramente se esforçam a seguir a Cristo. Como somos imperfeitos, no entanto, o nosso esforço inevitavelmente não basta; Cristo paga a diferença, livrando-nos do pecado e ajudando-nos a avançar no nosso progresso pessoal. Por requerer que esforçamo-nos ao máximo para segui-Lo e por pagar a diferença já que nosso esforço nunca é o suficiente, Cristo nem elimina a nossa responsabilidade pessoal nem espera que consigamos sozinhos sem a Sua intervenção misericordiosa. ()
Mas qual é a natureza desta responsabilidade pessoal? O que devemos fazer para aproveitarmos do sacrifício expiatório que Cristo nos providenciou? Quais são os passos que temos que tomar para iniciar está longa jornada? Mórmons chamam os passos inicias de “os primeiros princípios e ordenanças do evangelho”. Os princípios são dois:
Primeiro, devemos aceitar Cristo ao ter fé nEle como o Filho de Deus e o Salvador do mundo.
Segundo, devemos nos arrepender. Arrependimento inclui sentirmos pesarosos por termos escolhido agir contra a vontade de Deus, pedir a Deus que nos perdoe, fazer tudo o possível para corrigir os problemas que nossas ações pecaminosas causaram e deixarmos de cometer o pecado. Por sermos imperfeitos e por pecarmos constantemente, o arrependimento é um processo que dura a vida toda em vez de algo que só se faz uma vez. Temos que aplicar o sacrifício de Cristo nas nossas vidas repetidamente enquanto lutamos para aproximarmos-nos mais a Deus.
Primeiro, deve-se significar a disposição de seguir a Cristo sendo batizado por um que tem autoridade dada de Deus. O batismo é o símbolo que Deus escolheu para representar a decisão de se tornar um membro de Sua igreja e de seguir o Seu exemplo até o fim. Mórmons acreditam no batismo por imersão por causa de um importante simbolismo bíblico: a entrada na água representa um sepultamento, o fim da vida velha; a saída da água representa a ressurreição, o início de uma nova vida como discípulo (seguidor) de Jesus Cristo. O batismo inclui um convênio (acordo) com Deus. Nós nos comprometemos a aceitar Cristo, tornar-nos os Seus seguidores e guardar os Seus mandamentos até o fim. Deus, por sua parte, perdoa os nossos pecados se continuarmos a nos arrepender e se lutarmos para seguir o exemplo de Cristo.
Depois do batismo vem o dom do Espírito Santo, o que Cristo chamou de “nascer do Espírito”. O Espírito Santo, um membro da Trindade junto com o Pai e o Filho, pode ser o nosso companheiro constante, ajudando-nos a reconhecer verdades espirituais, providenciando-nos a força de escolher o certo e confortando-nos em horas de aflição. O dom do Espírito Santo é dado pela “imposição de mãos” por aqueles que têm autoridade dada de Deus.
É claro que nenhum desses princípios e ordenanças garante a salvação. Que pregresso espiritual tem se aceitarmos Cristo só para esquecê-Lo depois? Que aproveito tem se formos batizados e depois abandoarmos a fé? Deus requer um compromisso contínuo. Depois de tomar os passos iniciais descritos em cima, temos que permanecer fieis até o fim, sempre nos esforçando para deixar os nossos pecados para trás enquanto crescemos e progredimos em Cristo.
A Vida Vindoura
Eventualmente os nossos corpos mortais morrem. Porém, os Mórmons não acreditam que a morte é o fim; ao contrário, a morte é apenas mais um passo no caminho de progresso pessoal. Ao morrer, nossos corpos mortais e nossos espíritos imortais são novamente separados. Os nossos espíritos então vão para “o mundo espiritual”, onde continuamos a progredir assim como fizemos aqui na terra, embora sem corpos físicos. Aqueles que não aprendem a controlar suas paixões físicas nesta vida certamente sofrerão; imagine, por exemplo, ter adquirido vícios psicológicos a coisas tais como cigarros ou promiscuidade nesta vida, mas sem ter o corpo físico para satisfazer aquelas paixões não-dominadas na vida vindoura. Embora sejamos capazes de nos arrepender, progredir e mudar no mundo espiritual, é vantajoso aprender a controlar as nossa paixões e tendências pecaminosas nesta vida.
Num dia futuro, todos receberão corpos imortais. O espírito e o corpo serão novamente reunidos num processo chamado “ressurreição”. Com esta ressurreição, uma das diferenças chaves entre o Pai e Seus filhos será eliminada; todos nos receberemos corpos imortais assim como o de nosso Pai.
Desenvolvimento espiritual, no entanto, é um outro negócio. Mesmo com o progresso espiritual que talvez tenhamos feito através do arrependimento e da aplicação do sacrifício de Cristo, ainda não alcançaremos o exemplo perfeito de maturidade espiritual do Pai. No dia do julgamento, Cristo avaliará o nosso esforço pessoal de segui-Lo, levando em consideração o conhecimento e as oportunidades que foram nos dados nesta vida.
Depois do Dia do Julgamento, aqueles que têm feito um esforço extraordinário de seguir Jesus Cristo e Deus o Pai serão permitidos a continuar a progredir eternamente sob Sua tutela e na Sua presença imediata. Ao contrário das acusações de alguns, mórmons não acreditam que este progresso eterno, que chamamos de “exaltação”, fará com que possamos tornar-nos maiores que Deus; sempre adoraremos o Pai como nosso Criador e o Filho como nosso Salvador. Com humildade e sob a supervisão paternal e amorosa de Jesus Cristo e de Deus o Pai, aqueles que demonstraram um desejo extraordinário de segui-Los terão a oportunidade de continuar a desenvolver o divino dentro deles.
Haverá muitos, no entanto, que não serão particularmente valentes em seguir o exemplo perfeito do Pai e do Filho. Mesmo estes que não foram extraordinários em sua dedicação, não merecem uma punição eterna. Embora Mórmons acreditem que o progresso deles seja limitado, os “mornos” receberão um estado de felicidade eterna, parecido com o que muitos chamariam de “céu”.
Raramente, alguns rebelam-se abertamente contra o Pai. Estes serão mandados para um lugar de punição eterna, parecido em muitos aspectos com o que muitos chamariam de “inferno”. ()